O PERDÃO NA FAMILIA
Aloísio Silva
Quando chegamos de retorno a vida espiritual, deflagramos com situações que precisam ser resolvidas. Uma pessoa a quem traímos e magoamos profundamente. A culpa acompanhada de arrependimento nos leva a pedir ao nosso anjo da guarda, auxilio para livrarmos daquela nódoa que profundamente marcou nossa consciência. Se renascermos longe dessa pessoa dificilmente desenvolveremos o autoperdão. A pessoa a quem lesamos fugirá de nós, as próprias energias nos distanciará uns dos outros.
Os bons espíritos recorrem ao projeto bendito da família. Então reencarnamos na mesma família que o nosso desafeto e na família comendo no mesmo prato novamente, desta vez sem o livre arbítrio, porque ninguém escolhe um irmão consanguíneo, temos a oportunidade de descartar a nódoa da nossa consciência.
Mas o processo não é tão simples, quando chegamos aqui, vivendo debaixo do mesmo teto, durante a infância temos a oportunidade de substituir o desafeto por afeto. Porém a medida que vamos atingindo a fase adulta as lembranças retornam em forma de sentimento e a pessoa que lesamos começa a nos cobrar o que fizemos com ela no passado.
Resumindo, esta talvez seja a sua maior tarefa nesta existência. Eu tenho a certeza de que você sairá vencedor (a), porém para isso, é preciso paciência com você mesmo (a), pois os sentimentos são atemporais, ou seja, não importa que seja do passado eles eclodem como sem fossem de agora. Existem ascos de ambas as partes, por isso o perdão é tão importante para desfazer esta energia tão estranha a lei de Deus, que é lei de Amor.
Perdoar tem origem no latim perdonare. O prefixo per significa intensidade, daí as palavras: permanente, perseverança, donare significa doar, ou seja, doar com intensidade. Mas doar já é algo intenso. Perdoar é você doar a pessoa que te faz mal, isto é muito difícil, mas é possível.
Todas as vezes que se lembrar do seu irmão ore por ele, queira o bem dele, tente esquecer o mal que lhe fez, tente lembrar-se dos momentos felizes que passaram na infância. Ele te machucará ainda muitas vezes, e você precisará ainda perdoar muitas e muitas vezes, até extinguir totalmente esta energia criada há tanto tempo e tão forte capaz de atrapalhar o seu progresso moral.
Por isso Jesus responde ao apóstolo Pedro, que deveria perdoar setenta vezes, sete vezes. Lembre-se das pessoas queridas, dos amigos verdadeiros, das coisas boas da vida e perdoe, pois é a maior tarefa a desempenhar em nossa vida. Paz na terra aos homens e mulheres de boa vontade.
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