sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
TENTAÇÕES AFETIVAS
Esta sede insaciável de prazer renovado, leva-te ao desequilíbrio.
Essa busca irrefreável de afeto que te plenifique, conduz-te ao abismo da loucura.
Tal ansiedade por encontrar quem te compreenda e apóie, oferecendo-te segurança integral, empurra-te para os precipícios dos vícios dissolventes.
A pressa de encontrar quem esteja disposto a doar-te ternura, afasta os corações que pretendem ajudar-te, porque
em faixa afetiva diferente eles se te afeiçoam em espírito, enquanto vibras outra forma de necessidade.
A insatisfação, face ao muito que desfrutas, gera em ti distúrbio lamentável de comportamento, que ameaça a tua vida.
O que falta, a qualquer pessoa, é resultado do seu mau uso em oportunidade transata.
Carência de hoje, foi desperdício de ontem.
Ninguém há, que se encontre, na Terra, completo e realizado.
Na área da afetividade, a cada momento defrontamos amores eternos que depois se convertem em pesadelos de ódio e crime.
Muitas promessas "para toda a vida", às vezes, duram uma emoção desgastante e frustradoras.
Sorrisos e abraços, júbilos infindos de um momento, tornam-se, sem motivo aparente, carantonhas de rancor, agressões violentas e amarguras sem nome.
Tudo, no mundo corporal, é transitório, forma de aprendizagem para vivências duradouras, posteriormente.
Assim, evita sonhar, acalentando esperanças absurdas, nas quais pretendes submeter os outros aos teus caprichos pessoais, que também passarão com rapidez.
O que agora te parece importante, mais tarde estará em condição secundária.
Ontem aspiraste determinada conquista que, lograda, hoje não te diz mais nada.
Se desejas o amor de plenitude, canaliza as tuas forças para a caridade, transformando as tuas ansiedades em bem-estar noutros muito mais necessitados do que tu.
Não desvies a tônica da tua afetividade, colocando sentimentos imediatistas, que te deixarão ressaibos de desgostos e travos de fel.
A outra, a pessoa que, por enquanto, consideras perfeita e capaz de completar-te, é tão necessitada quanto o és tu.
Na ilusão, adornas-lhe o caráter, para descobrir, mais tarde, o ledo engano.
Conserva puro o teu afeto em relação ao próximo e não te facultes sonhos e fantasias.
Aquilo que mereces e de que necessitas, chegará no seu momento próprio.
Reencarnaste para aprender e preparar o futuro, não para fruir e viver em felicidade que ainda não podes desfrutar.
Cuidado, portanto, com as aspirações-tentações, que se podem converter em sombras na mente e em sofrimentos incontáveis para o coração.
Afirmou Jesus, que os Seus "discípulos seriam conhecidos por muito se amarem", sem que convertessem esse sentimento-luz em grilhão-treva de paixão.
Joanna de Ângelis / Divaldo P. Franco
Do livro: Vigilância
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