quinta-feira, 29 de setembro de 2016

A lingua

Conta-se que certa vez um mercador grego,
rico, ofereceu um banquete com comidas especiais.
Chamou seu escravo e ordenou-lhe
que fosse ao mercado comprar a melhor iguaria.
O escravo retornou com belo prato. O
mercador removeu o pano e assustado disse:
­
Língua, este é o prato mais delicioso?
O escravo, sem levantar a cabeça, respondeu:
­
A língua é o prato mais delicioso, sim senhor.
É com a língua que pedimos água... dizemos “mamãe”,
fazemos amigos, perdoamos. Com a língua
reunimos pessoas, dizemos “meu Deus”, oramos,
cantamos, dizemos “eu te amo”...

O mercador, não muito convencido,
quis testar a sabedoria de seu escravo,
e o mandou de volta ao mercado, desta
vez para trazer o pior alimento.
O escravo voltou com um lindo prato,
coberto por fino tecido. O mercador, ansioso,
retirou o pano para conhecer o pior alimento.
­
Língua, outra vez, disse, espantado!!!
­
Sim, língua, respondeu o escravo.
É com a língua que condenamos, separamos,
provocamos intrigas e ciúmes,
blasfemamos. É com ela que expulsamos,
isolamos, enganamos nosso irmão,
xingamos pai e mãe...

Não há nada pior que a língua;
não há nada melhor que a língua.
Depende do modo que a usamos.
Muitos males têm sido causados por
uma só palavra ou frase proferida.

Diz um ditado que “falar é prata, calar é ouro”.
Palavras ferem, matam, magoam, semeiam dúvidas,
fazem pecar, geram ódio e muitas vezes quem diz o que
quer, ouve o que não quer. Uma palavra, uma frase,
podem doer mais que a dor física.
A dor física pode cessar com
um medicamento, mas a dor provocada por uma
palavra ou frase, muitas vezes nem o tempo apaga,
e, quando apagada, costuma deixar cicatrizes.

O pecado da língua é tão sério que ocupa todo
o capítulo 3 e parte do capítulo 4
da epístola de Tiago, no Novo Testamento.

A Bíblia nos ensina que “os lábios do justo
apascentam a muitos, mas por falta de senso,
morrem os tolos”
(Provérbios 10:21)

Jesus, censurando os fariseus, disse-lhes
que “a boca fala do que está cheio o coração”
(Mateus 12:34), e advertiu:

“Digo-vos que de toda palavra frívola
que proferirem os homens, dela darão conta
no dia do juízo; porque pelas tuas
palavras serás justificado e pela tuas
palavras serás condenado”
(Mateus 12:3637).

O piloto de um navio dirige-o
para qualquer direção controlando um pequeno leme.
Da mesma forma um cavalo é
dirigido por nós quando lhe pomos freios na boca.

Sejamos vigilantes sobre o uso da língua e,
“deixando a mentira, fale cada um a
verdade com o seu próximo,
porque somos membros uns dos outros”
(Efésios 4:25).

Que possamos usar nossa língua para dizer
o quanto amamos nossos entes queridos e amigos;
para perdoar a quem nos ofende,
para pedir perdão a quem ofendemos,
para oferecer ajuda ao necessitado,
para elogiar, para ensinar, para proclamar a paz,
para repelir a guerra, as fofocas, as intrigas,
a inveja, a maledicência..Que nossos
lábios louvem, sempre, ao nosso Deus !

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