quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Sabedoria de Preto Velho - Perdas



Grandes perdas às vezes significam grandes decepções.




Mas como perdemos aquilo que não é nosso?




Meus filhos julgam, às vezes, que perderam um ente querido pela morte.



Mas essa visão é errada.



Solte o seu parente que você julga morto.



Aprenda a libertar a sua alma e deixar que ele voe nas alturas de sua própria vida.




Muitos dos filhos acham que reter significa possuir.



Engano. Na vida, o que possuímos de verdade é aquilo que doamos.




Se você desejar reter as almas queridas, através de suas emoções e sentimentos desequilibrados, você se transforma aos poucos em pedra de tropeço para aqueles que você diz amar.




Amor não é posse. Amar é doar, é libertar, é permitir que o outro tenha a oportunidade de escolher e trilhar o caminho que lhe é próprio.



Amar é permanecer amando, mesmo sabendo que os caminhos escolhidos são diferentes do nosso.




Então, meu filho, você não perdeu ninguém, não perdeu nada.



Perdeu, talvez, a oportunidade de aproveitar a experiência e aprender amar de verdade.



Esse sentimento de perda é o maior atestado de uma alma egoísta.




Ame mais, meu filho. Liberte-se e procure ser feliz.



Mas, pelo amor de Deus, deixe os outros prosseguirem e, assim, encontrarem também o seu caminho.



Ainda que seja do outro lado da vida.



Ou talvez desse mesmo lado. Quem sabe?




É preciso continuar amando.



Mas é necessário que você entenda: seu tempo em companhia daquela alma que você diz amar já passou.




Aprenda de uma vez, meu filho.



Toda posse, todo apego é caminho para a obsessão.




Pense nisso um pouco.





Pai João de Aruanda


[Retirado do Livro Sabedoria de Preto Velho - Robson Pinheiro]

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