domingo, 29 de agosto de 2010

Dos dias que deixamos correr



Dos dias que deixamos correr…

Quase sempre falamos da alegria da vida,
como se a tristeza não existisse,
como se a dor fosse sempre passageira,
e por vezes, assumimos até a mentira,
como se fosse a realidade verdadeira.

Não somos preparados para a dura realidade,
desde o ventre somos preservados,
e até o mais abandonado,
encontra sempre um que diz:
oh! coitado.

E assim seguimos a vida,
acreditando no que desejamos acreditar…

Quando crianças, a fada dos dentes,
o “homem do saco” e Noel com seus presentes.
Vamos crescendo cercados de ilusão,
deixamos brotar o amor ou ódio,
tudo dependendo da ocasião.
Ás vezes sem nenhum motivo,
vivemos quase que sem razão.

Eis que a Vida, sábia professora,
nem sempre tão alegre e nem tão sutil,
vem com uma dura lição,
que nos faz perder o chão,
é o amor que nos magoa,
a morte que nos leva alguém,
a doença que nos incapacita,
a fé que não move nem areia,
que dirá montanhas…

Então sofremos, não cremos.
Choramos, não nos consolamos.
Lamentamos, não nos aceitamos.
Ficamos cegos, blindados em nossas crenças.

Até que um dia, trocamos a dor pelo amor,
o medo pela sede de aprender,
a descrença pela fé racional,
então, já não esperamos mais,
nos tornamos senhores do nosso destino,
deixamos de ser vítimas, largamos o menino,
crescemos e nos tornamos realizadores.

Os vencedores se formam assim,
na certeza de que nenhuma dor é maior
que a nossa capacidade de lutar.
Que tudo pode ser transformado,
que nenhum sonho é impossível,
até que seja tentado e testado muitas vezes.

E é assim,que vencemos até a morte,
perpetuando nossa lembrança, que é muito forte,
na eternidade do tempo, que no fundo, no fundo,
é uma eterna criança, perdida no mundo.

Acredite em você!
Não se abata, nem se deixe desanimar.
Ainda há nas mãos, dedos e força,
capazes de transformar, desde que você ouça,
o conselho que o próprio tempo vem lhe dar:
- Nunca deixe de lutar!

Eu acredito em você.

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